As mortes de Genivaldo, Moise, João Alberto, Durval…….: negar e silenciar é confirmar o Racismo Estrutural

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As mortes de Genivaldo, Moise, João Alberto, Durval…….: negar e silenciar é confirmar o Racismo Estrutural

Iniciamos o ano de 2022 debatendo Racismo Estrutural e suas perversidades e no decorrer do ano continuamos assistindo sucessivamente os assassinatos de Moise, Durval, João Alberto e da chacina na Penha no Rio de Janeiro, a segunda mais letal do estado, com mais de 20 mortos. E o ponto final dessa escala de obscenidades, na semana passada, a morte aos gritos do Genivaldo. Todas estas pessoas foram excluídas ou executadas pelo Estado. Ambos os crimes se deram em um contexto que não poderia ser mais racista. Somos o país que mais mata LGBTQIA+ e negros no Mundo.

Segundo dados do IBGE e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os negros são 53% da população brasileira, mas 76% das vítimas de homicídios, pelas mãos da polícia, da milícia, do tráfico, de empresas e de pessoas que se auto intitulam cidadãos de bem. Mas do que nunca precisamos debater estas desigualdades e não podemos mais nos dar ao luxo de banalizarmos pensamentos perversos, nem por engano!

Mas de quem é a culpa por tudo isto? Do Estado que não consegue ou não quer combater a criminalidade com inteligência e planejamento? Ou da própria sociedade que está impregnada de racismos estrutural?

Temos certeza que virão outras mortes, enterrando esta, e nós nos iremos esquecer o Genivaldo como já esquecemos tantas outras mortes pelas milícias, por homicídios, por falta de comida ou de saneamento básico. Vivemos em um sistema que aceita a normalização dessas mortes. Vale a reflexão

Será que a impunidade e a complacência das nossas instituições, conduziram a sociedade brasileira para esse estado lastimável? Que sociedade queremos deixar para as próximas gerações?

Dra Yula de Lima Merola: Pesquisadora de Pós Doutorado da Unifal e Especialista em Gestão e Liderança Pública

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