A nova revolta das vacinas? Negacionistas científicos
A nova revolta das vacinas? Negacionistas científicos
Não era para causar surpresa, mas para mim, professora universitária de saúde, principalmente da área de farmacoepidemiologia, que formou muitos profissionais, causou surpresa e ao mesmo tempo questionamento.
Como um profissional que estuda durante 05 anos da sua vida: microbiologia, tecnologia farmacêutica, imunologia, farmacologia etc , respiram ciência na Faculdade não acreditam ou rejeitam conceitos provados pela ciência – muitas vezes há séculos?
É! Estas pessoas estão mais próximas do que imaginamos.
O negacionismo tem várias motivações que podem ser diferentes, de acordo com a posição que a pessoa ocupa na sociedade. Para os especialistas é um mecanismo de defesa contra pensamentos científicos ou filosóficos que ameacem o seu poder, seja este comercial, ideológico ou político.
A minha preocupação é que estas pessoas são profissionais de saúde que estão na linha de frente, em contato com a população nas farmácias deste mundo a fora. E a sociedade acredita nestas pessoas.
Quando um profissional de saúde diz que a vacinação não é obrigatória, acredito que esteja prestando um desserviço enorme e mostrando desconhecimento da função das vacinas. O fato é que as vacinas se revelaram uma das invenções mais salvadoras da humanidade.
O fato é que o negacionismo ameaça a vida. Aos profissionais de saúde, tanto da área assistencial como de cargos de liderança e administração, cabe seguir o princípio fundamental e mais básico que norteia a medicina e a bioética: O princípio da não-maleficência, que reforça o juramento que todos fizeram de evitar riscos, custos e danos desnecessários à vida humana.
Yula Merola – Farmacêutica-Bioquímica e Doutora em Ciências. Empreendedora Cívica da RAPS, Lider do Movimento Acredito, RenovaBR, membro da Associação Poços Sustentável-APS, Movimento Lixo e Cidadania.