Desafios para eleições 2022: A urgência de colocar as pautas climáticas e a agenda socioambiental no debate eleitoral
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Desafios para eleições 2022: A urgência de colocar as pautas climáticas e a agenda socioambiental no debate eleitoral
Estamos em 2022 e um ano começou marcado por eventos climáticos extremos, no Brasil e no mundo com chuvaradas e alagamentos, estiagens e temperaturas muito elevadas que marcaram as vidas de inúmeros brasileiros, sobretudo nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste. Em Minas Gerais, provocaram mais de 17 mil desabrigados e desalojados, aponta balanço do Greenpeace. No Rio Grande do Sul, 200 municípios decretaram emergência pela estiagem. E tivemos o projeto de desmonte de políticas públicas em áreas vitais como educação, ciência, saúde e meio ambiente, e segue a todo vapor.
E não podemos esquecer que estas políticas de destruição do Estado promovidas pelo Poder Executivo receberam apoio do Legislativo e do Judiciário, que desgastaram princípios básicos da proteção ao meio ambiente, resultando em extensas áreas desmatadas e degradadas em todos os biomas e ecossistemas brasileiros.
Mas o que isto tem a ver com as eleições de 2022? Muita coisa. Pois é através do voto que iremos escolher os representantes do Brasil por 04 anos, tanto na Presidência, Governo, Câmara e Senado. Isto quer dizer. Está em jogo o destino de ambientes como a Amazônia e o equilíbrio ecológico global, pois serão estes agentes com a caneta na mão que elaborarão legislações que podem impactar as futuras gerações.
Infelizmente a pauta sustentabilidade será negligenciada por muitas candidatos. Normalmente, temas de interesse dos candidatos giram em torno de debates sobre crescimento econômico, educação, saúde, emprego e, mais recentemente, sobre segurança pública, corrupção e inflação. A pouca relevância desta agenda é derivada de sua baixa capacidade de atrair votos ao aspirante a político.
Será mesmo que a defesa de um modelo de desenvolvimento com características sustentáveis têm uma probabilidade elevada de retirar votos dos candidatos? Para muitos especialistas os dados sobre desmatamento e queimada, poderá influenciar a campanha eleitoral, pois cresce, sobretudo entre os jovens, grupos de interesses, da mídia, da academia e de setores econômicos, em particular grandes empresários, o tema da sustentabilidade.
As crises hídricas, eventos climáticos extremos (secas e tempestades), desastres naturais, vulnerabilidade alimentar, migração e perda da qualidade de vida são alguns dos problemas que aparecem cada vez com mais frequência na vida do cidadão comum.
Então segue o recado que os candidatos priorizem mais nas elaborações de seus programas o tema da sustentabilidade. A sobrevivência do Brasil e do mundo depende disso.
Dra Yula de Lima Merola: Pesquisadora de Pós Doutorado da Unifal e Especialista em Gestão e Liderança Pública