Retrospectiva 2021: avanço da fome e da destruição ambiental
Retrospectiva 2021: avanço da fome e da destruição ambiental
Estamos chegando ao final de 2021 e a retrospectiva é que o nosso Brasil entrou novamente no mapa da fome e do negacionismos em relação aos problemas ambientais. São antigos problemas que ganharam impulso e passaram da condição de problemas crônicos para o status de emergência.
O avanço da miséria e a destruição do meio ambiente deixaram o país mais desigual e mais sujeito a impactos de mudanças climáticas estimuladas por este crescimento econômico a qualquer custo. Estudos mostram que a degradação ambiental agravará ainda mais a desigualdade social, pois parte das áreas desmatadas serviam de produção de alimentos. A pandemia que atingiu a todos, apenas intensificou a miséria e multiplicou cenas de pessoas revirando lixo ou pilhas de ossos de animais em busca de qualquer coisa para encher a barriga.
E não podemos esquecer que a devastação ambiental também é um problema de saúde publica. A falta de saneamento básico causa um maior número de doenças atreladas à salubridade e que a comida mais barata e mais acessível é a que tem mais veneno. Além disto o desmatamento ambiental piora a qualidade do ar, a produtividade da colheita e o controle natural de doenças impactando diretamente as pessoas de baixa renda.
De acordo com dados divulgados pelas consultorias internacionais, o Brasil é um dos piores em ranking ambiental e social
A pergunta que fica: Existe perspectiva em 2022 mudarmos este cenário tão desanimador? Espero que sim, pois tratam de mudanças urgentes e dramáticas que serão decisivas para a reversão ou não do quadro de destruição, aquecimento global e esgotamento de recursos vitais para a vida humana. Senão mudarmos iremos observar cidades parcialmente ou totalmente destruídas pelo aumento do nível do mar, a acidificação e o aquecimento dos oceanos, com consequências imprevisíveis.
Então sugiro a todos nós nesta virada de ano que reflitamos sobre qual mundo queremos. Soluções existem e só dependem de nós. Não é sobre altruísmo ou ideologias; afinal, estamos falando sobre o nosso próprio futuro, e sobre o futuro das nossas crianças.
Dra Yula de Lima Merola: Pesquisadora de Pós Doutorado da Unifal e Especialista em Gestão e Liderança Pública