Coronavírus: a importância de fazer testes em larga escala
Coronavírus: a importância de fazer testes em larga escala
Ontem nós tivemos a informação que a Prefeitura de Poços de Caldas adquiriu e recebeu em torno de 2135 testes, sendo que já foram utilizados 195 restando 1940 testes.
Venho fazer um questionamento.
Porque não realizamos uma pesquisa para Avaliar a evolução da prevalência de infecção por COVID-19 em Poços de Caldas através de inquéritos sorológicos seriados?
Fazendo uma conta rápida de calculo amostral precisamos em torno de 395 testes para esta pesquisa.
Este é um projeto que vem sendo realizado por vários municípios com o intuito determinar o percentual de infecções assintomáticas ou subclínicas, avaliar os sintomas mais comuns; obter cálculos precisos da letalidade da doença; estimar recursos hospitalares necessários para o enfrentamento da pandemia, além de permitir o desenho de estratégias de abrandamento das medidas de distanciamento social com base em evidências científicas.
É importante observamos o excelente, responsável e criterioso Plano de Reabertura do Rio Grande do Sul, que fez esta pesquisa e o Plano de Gestão da Pandemia da Comunidade de Paraisópolis em São Paulo, simplesmente um show de organização, inteligência e solidariedade.
Em março de 2020 apresentei este projeto para que fosse implantado no município em parceria com as Universidades. É isto que precisamos fazer parceria com pessoas que sabem e conhecem EPIDEMIOLOGIA E EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
Faço parte do Comitê Técnico de Saúde Pública da Rede CLP, que está atuando no combate ao coronavírus COVID-19. São 14 Líderes MLG, que atuam na área da saúde em 8 estados brasileiros e estão trabalhando diariamente para minimizar o impacto do problema para a sociedade
Somente com dados íntegros e transparentes será possível calcular ações de afrouxamento do isolamento e reabertura da economia da forma inteligente e cautelosa que o momento pede. Ainda mais diante de um cenário no qual a OMS já estuda a declaração do coronavírus como endêmico – ou seja, uma doença que exigirá esforços de longo prazo da gestão em Saúde. Estamos falando de uma gestão complexa, é preciso reconhecer, no entanto, não há respostas fáceis para situações difíceis.
Yula Merola – Farmacêutica-Bioquímica e Doutora em Ciências. Docente da Faculdade Pitágoras, Farmacêutica da Assistência Farmacêutica de Poços de Caldas-MG e Empreendedora Cívica da RAPS, aluna RenovaBR. Pré candidata do partido Cidadania.