Covid-19 – Salvar vidas significa também salvar a economia
Covid-19 – Salvar vidas significa também salvar a economia
Nós todos estamos ouvindo diariamente os noticiários sobre a pandemia e os impactos dela na Economia, especialistas estão a debater políticas visando minimizar o impacto, especialmente social e econômico.
E a pergunta que fazemos todos os dias:Quais são as consequências econômicas esperadas e como a crise deve ser gerenciada?
Então fui atrás de evidências científicas, pois tenho um princípio, buscar a base das informações, entender e transportá-las para o cenário em que vivemos e emitir opiniões baseadas em nossa realidade, pois com ciência o que sempre temos é uma certeza razoável provisória, e com isso podemos ter mais segurança para debater com maturidade.
Atualmente temos várias Universidades estudando a correlação entre a pandemia e a economia, com bons artigos de opinião e científico. Vou citar aqui dois que achei relevantes para o nosso debate que avaliaram o impacto da gripe espanhola na crise econômica dos Estados Unidos e assim poderemos refletir e quem sabe possamos aprender com o passado.
Um publicado pela MIT Sloan School of Management “Pandemics Depress the Economy, Public Health Interventions Do Not: Evidence from the 1918 Flu” e um outro estudo “Coronavirus lockdowns: can we learn from the 1918 influenza pandemic?” publicado pela Reuters, que relatam que as medidas não farmacêuticas, como o isolamento, não têm impacto negativo na economia. O impacto é, na verdade, causado pela própria pandemia. Eles descobriram que a produção industrial reduziu em 18%, mas as cidades que intervieram mais cedo e de forma mais agressiva não apresentaram desempenho pior na economia e cresceram mais rapidamente após o término da pandemia.
O que fica evidente na pesquisa é que os padrões de consumo modificam com as reduções na oferta e na demanda, pois as variáveis da economia durante uma pandemia funcionam diferentes em relação a períodos normais, por isso medidas restritivas não trazem custos.
E relatam que mesmo sem medidas do governo, as pessoas adotariam por conta própria posturas mais restritivas, sendo assim haveria naturalmente uma queda natural no movimento dos negócios. E acrescentam, essa troca entre economia e saúde é errada, pois se acabar com isolamento e fizer circular, é bem provável que aumente o número de mortes porque a transmissão é muito rápida.
E enfatizam que mesmo sem um bloqueio, epidemias severas causam muitas perturbações econômicas por mortes, ausências no trabalho na medida em que indivíduos e famílias adotam suas próprias medidas voluntárias de distanciamento social.
Então eles concluíram que apesar das pandemias serem prejudiciais à economia, as respostas rápidas como isolamento social além de reduzir a mortalidade ao mesmo tempo são economicamente benéficas. E que “A experiência de 1918 mostra que para proteger a economia é necessário proteger a saúde das pessoas”.
Ou seja, o dilema não é escolher entre saúde ou economia e sim estimular que as novas alternativas econômicas ocorram para que a própria sociedade aprenda e cresça com a crise que é inevitável.
- Pandemics Depress the Economy, Public Health Interventions Do Not: Evidence from the 1918 Flu by Sergio Correia, Board of Governors of the Federal Reserve System, Stephan Luck, Federal Reserve Bank of New York, Emil Verner. MIT Sloan School of Management. SSRN, March 30, 2020.
- RPT-COLUMN-Coronavirus lockdowns: can we learn from the 1918 influenza pandemic? Kemp by John Kemp. ENERGY APRIL 7, 2020 / 9:01 PM / 3 DAYS AGO
Yula Merola – Farmacêutica-Bioquímica e Doutora em Ciências. Docente da Faculdade Pitágoras, Farmacêutica da Assistência Farmacêutica de Poços de Caldas-MG e Empreendedora Cívica da RAPS, aluna RenovaBR. Pré candidata do partido Cidadania.