Impacto da liderança feminina no enfrentamento da Covid

De volta para Blog

Impacto da liderança feminina no enfrentamento da Covid

Impacto da liderança feminina no enfrentamento da Covid

No mês em que homenageamos a mulher, destaco nossa participação em cargos de liderança e no ótimo exemplo que temos dado mundo afora no combate à pandemia.

Mas quero reforçar que o assunto igualdade de gênero não pode ser discutido somente no mês de março. Tem de ser uma pauta constante na elaboração de políticas públicas, principalmente neste momento de crise sanitária e econômica onde mais de 800 mil mulheres perderam os seus empregos.

Essa discussão reflete na baixa representatividade das mulheres em posições de liderança. De acordo com relatório do Women in the Workplace 2020, contribuímos muito para a cultura de inclusão. Somos mais proativas na hora de orientar e patrocinar outras mulheres. E, em situações de extrema complexidade, como no combate à pandemia, trazemos maior inteligência emocional para o local de trabalho e assim conseguimos lidar melhor com as mais diversas situações, com resultados mais positivos.

É só observamos países que são liderados por mulheres, como a Alemanha de Angela Merkel, chanceler desde 2005; Nova Zelândia, que tem como primeira-ministra Jacinda Ardern; e Taiwan, presidido por Tsai Ing-Wen. Estas lideranças estão sendo elogiadas em todo o mundo por medidas adotadas desde o início da atual crise global de saúde, mostrando como sabemos gerenciar crises e possuímos fortes posicionamentos em tempos difíceis.

Mas qual a diferença entre essas e outras lideranças? Todas as medidas tomadas por mulheres foram feitas com muita transparência e com respeito às diretrizes da ciência.

A pandemia só evidenciou o quanto precisamos mudar o perfil dos dirigentes, seja de países ou de empresas. As lideranças têm de ser exercidas de forma mais autêntica e com foco nas pessoas, que merecem um olhar humanitário de atenção e cuidado. Nós, mulheres, fazemos isso mais naturalmente. Muitas pessoas confundem essas atitudes com bondade, mas não é. É estratégia para obter motivação e alto desempenho da equipe.

Pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Cantaria1, divulgada em janeiro de 2021, comparou as práticas de prevenção à Covid-19 em países governados por ambos os sexos e verificou que há carência de mulheres como líderes mundiais.

Precisamos ter mais igualdade de gênero em diferentes segmentos. Essa é a primeira etapa para romper o paradigma da supremacia masculina nas diversas esferas da sociedade.

1 Fabrício AS, Ferreira DDM, Borba JÁ. Enfrentamento aos impactos da COVID 19: Governos liderados por mulheres apresentam melhor resposta em prevenção a pandemia? RGO – Revista Gestão Organizacional, Chapecó, v. 14, n. 1, p. 390-415, jan./abr. 2021.

*Yula Merola é farmacêutica, professora universitária e gestora pública da Prefeitura de Poços de Caldas (MG). Pesquisadora de pós-doutorado pela Unifal, doutora pela Unicamp, especialização em Farmácia Clínica e Gestão Ambiental.

Compartilhar este post

De volta para Blog