Os 45 dias de Campanha Eleitoral: Na perspectiva de uma candidata mulher
Os 45 dias de Campanha Eleitoral: Na perspectiva de uma candidata mulher
Muitas pessoas e amigos perguntam como foi a Campanha Eleitoral e o que senti e percebi destes 45 dias. Concorri ao cargo de Prefeita, de uma cidade do Sul de Minas Gerais com 118 mil eleitores, então não tivemos 2º turno e foram 08 candidatos concorrentes (todos homens).
O que dizer? Que saio vitoriosa deste processo e com muito aprendizado na bagagem, pois nunca tive cargo político (exceto de Presidente de uma autarquia federal), sem o uso da máquina pública e com os recursos restritos e conquisto o 4º lugar (9,21% do eleitorado). Nossa que honra, orgulho, responsabilidade. Muito Obrigada!!
E modéstia à parte fizemos uma campanha linda. Eu só tenho que agradecer a equipe que ficou ao meu lado por propósito de acreditar que a vale a pena se colocar à disposição do bem coletivo, que devemos apostar nas boas propostas e que o sonho sonhado junto É CIDADANIA.
Nós sabíamos que não seria uma Campanha fácil este ano. Foi a Pandemia? Foi o número de candidatos? Foi a falta de união dos partidos progressistas? De igualdade nas disputas? Foi a coligação com o PSL? Perguntas feitas e que não precisam necessariamente serem respondidas ou ter culpados. Este é o grande legado que uma Campanha Eleitoral nos dá. A maturidade política de aceitar e refletir para seguir a caminhada. E não esquecer de um aprendizado: “Um bom candidato político tem que possuir uma caraterística fundamental para a sua afirmação no panorama político: Espírito Público”
Tive dificuldades por ser mulher? Tenho certeza que sim, pois ainda vivemos numa cultura machista que nós mulheres precisamos sempre estar provando nossa capacidade e competência, o reflexo disto foi que fiquei 45 dias apresentando o meu curriculum para provar que estava preparada. E ainda os ataques machistas que tive em redes sociais e presencialmente.
E quem já trabalhou em uma campanha eleitoral sabe que dificilmente se encontrará uma tarefa tão dinâmica e desgastante como esta. Nos meses que antecedem a eleição, os envolvidos diretamente no processo quase não têm tempo para a família ou lazer. A nossa vida particular dá licença ao trabalho.
E como era o dia a dia em um comitê eleitoral? Era a minha casa e de muitos. Lá realizamos as nossas reuniões e os passos que iríamos tomar. E não poderia deixar de mencionar de uma equipe que para mim uma das mais importantes desempenhadas na campanha, a equipe de rua (panfleteiros). Tivemos uma equipe super pequena, mas que deram um show de engajamento. Eles acreditaram também no propósito e foram para rua, com a responsabilidade de representar uma Bandeira.
Sabemos que na Política tudo é relativo e passageiro, não há nada que perdure, não há nada que seja eterno. Tudo o que começa acaba. A política que se pratica e se realiza atualmente resulta de um processo que tem evoluído e continuará a evoluir através dos tempos.
E seguimos em frente. A Política é a arte ou ciência que possibilita ao homem ascender ao poder e exercê-lo. A atividade de fazer Política não se restringe aos partidos políticos. A Política começa nos cidadãos de uma sociedade, encarando esta ciência como uma forma de encontrar soluções para os problemas de um país
Então bora continuar a fazer Política, porque a nossa cidade e o nosso país estão precisando.
Yula Merola – Farmacêutica-Bioquímica e Doutora em Ciências. Empreendedora Cívica da RAPS, Lider do Movimento Acredito, RenovaBR, membro da Associação Poços Sustentável-APS, Movimento Lixo e Cidadania.