Porque a sífilis avança no Brasil e no Mundo? A falta de educação em saúde nas escolas
Nos últimos anos, os números de casos de sífilis vêm aumentando não apenas no Brasil, mas no mundo todo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que existam 12 milhões de pessoas com a doença
De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde, em 2021, 64.300 casos de sífilis foram registrados no Brasil somente no primeiro semestre. O número é 16 vezes maior do que em todo o ano de 2010, quando 3.936 pessoas foram diagnosticadas com a doença. Estes números alarmantes e chama atenção para a necessidade de investimento no diagnóstico precoce da doença.
E a pergunta que todos fazem: Quais as causas deste aumento? Para os especialistas existem várias causas: a maioria dos infectados talvez nem saiba que está transmitindo a bactéria, desconhecimento de profissionais da saúde e pela dificuldade na interpretação do diagnóstico, outro agravante é que raramente se consegue tratar os parceiros das mulheres, o que aumenta o risco de reinfecção. Outro fator é que com os avanços no tratamento do HIV/AIDS, houve um relaxamento no uso dos preservativos nas relações sexuais e a falta de acesso ao diagnóstico e tratamento adequados.
Este aumento na verdade é um reflexo do desmonte das políticas públicas nestes 4 anos e consequentemente a falta de aprimoramento do sistema de vigilância epidemiológica na detecção de casos e, de outro, o descaso com o uso do preservativo e educação em saúde nas escolas.
Precisamos urgentemente resgatar os programas de Educação em Saúde nas escolas, aberta, clara e sem estigmas. Esse pensamento atrasado que governa o Brasil acabou com a possibilidade de falar sobre sexualidade nas escolas e consequentemente perdemos a oportunidade de falar sobre o tema no momento em que se começa a descoberta da sexualidade.
Teremos muito trabalho pela frente!
Dra Yula de Lima Merola: Pesquisadora de Pós Doutorado da Unifal e Especialista em Gestão e Liderança Pública