Lixo pandêmico poderá causar um “desastre ambiental”

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Lixo pandêmico poderá causar um “desastre ambiental”

Lixo pandêmico poderá causar um “desastre ambiental”

No dia 01/02/2022 a OMS divulgou relatório sobre os impactos ambientais gerados pelo lixo pandêmicos (seringas, máscaras, testes e EPI). Estes resíduos colocaram pressão sobre o gerenciamento de resíduos e ameaça à saúde humana e ambiental e expondo uma necessidade urgente de melhorar as práticas de gerenciamento.

E este impacto é observado por todos nos numa caminhada diária avistamos uma máscara jogada no chão. Poucas pessoas querem tocar em algo que protegeu a respiração possivelmente carregada de vírus de alguém. Então ela fica no chão até ser levada pelo vento — e esse problema simples está mudando rapidamente a paisagem em todo o mundo, desde estacionamentos de supermercados a praias em ilhas desertas.

Além do impacto ambiental dos resíduos de saúde, a preocupação são os milhares de máscaras utilizadas por toda a população elevando consideravelmente o volume de plásticos no meio ambiente. Para se ter uma noção desse aumento, em 1950, o mundo produzia 2 milhões de toneladas métricas de plástico. Em 2017, foram 8.3 bilhões de toneladas métricas de plástico e a projeção para 2050 é de 34 bilhões de toneladas métricas de plástico produzido e de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica, nos próximos 80 anos, a quantidade de plástico nos oceanos pode aumentar em até cinco vezes.

As estimativas é que foram jogadas no lixo em torno de 3,4 bilhões de máscaras. A Pandemia só agravou um problema que já vinha sendo debatido a muito tempo, de acordo com as pesquisas três em cada 10 instituições de saúde não fazem a separação correta de resíduos e menos de um em cada três tem serviço de gestão de lixo hospitalar. O setor de saúde contribuiu com 4% a 5% das emissões de gases de efeito estufa globalmente.

O que observamos que os Governos orientaram suas populações para usarem máscaras, mas poucas orientações foram dadas sobre como as descartar ou reciclar de forma segura, e agora iremos pagar um preço alto por este desastre ambiental.

O alerta que fica, precisamos melhorar as práticas nos ambientes de trabalho e implementar políticas públicas eficiente no manejo de resíduos doméstico e de saúde. Uma área que estamos debatendo há muito tempo no Brasil. É necessária uma mudança em todos os níveis, tanto global quanto nos hospitais, em relação ao manejo do material hospitalar e de saúde

Dra Yula de Lima Merola: Pesquisadora de Pós Doutorado da Unifal e Especialista em Gestão e Liderança Pública

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