Poços de Caldas fica em 222º lugar em ranking nacional de sustentabilidade
Poços de Caldas fica em 222º lugar em ranking nacional de sustentabilidade
Ranking com 770 municípios foi lançado nesta terça (23); Instituto Cidades Sustentáveis aponta que lacunas de dados dificultam análises
Por Yula Merola
Pesquisadora da UNIFAL e Gestora Pública
O Programa Cidades Sustentáveis lançou nesta terça-feira (23/03) o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR), ferramenta que permite mapear, monitorar e avaliar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em mais de 770 cidades brasileiras.
A cidade de Morungaba, localizada no interior de São Paulo, lidera esse ranking. Sua pontuação geral em relação aos objetivos é 73,4, em uma escala de 100, com destaque para as metas ambientais, como energias renováveis e acessíveis e produção e consumo sustentáveis, que foram atingidas. Poços de Caldas ficou em 222º lugar do ranking, com 58,68 pontos. O destaque foi para as áreas de energia (ODS 7) e consumo e produção responsáveis (ODS 12)
A classificação é resultado do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR), em parceria com o Sustainable Development Solutions Network, organização vinculada à ONU (Organização das Nações Unidas). Os dados e indicadores deste relatório não levaram em consideração os efeitos da pandemia, uma vez que muitos deles são de períodos anteriores à disseminação do novo coronavírus.
A coleta de informações sobre os municípios foi realizada em bancos de dados nacionais disponíveis, o que deixa claro que quando se consegue medir e monitorar as ações, a sociedade é capaz de identificar se o prefeito eleito tomou as medidas necessárias para um avanço positivo.
Em Poços de Caldas existe uma série de desafios para se atingir os ODS, particularmente os itens 3 (saúde e bem-estar), 4 (educação de qualidade), 5 (igualdade de gênero), 10 (redução das desigualdades) e 16 (paz, justiça e instituições eficazes). A cidade é signatária do Programa Cidades Sustentáveis desde 2013. Para isso, deve acelerar esforços para impulsionar as transformações necessárias.
Porém, Poços de Caldas tem alguns desafios particulares que exigem atenção especial. Uma recuperação a longo prazo, pós-pandemia, deve incluir investimentos transformativos na educação, desigualdade social e igualdade de gênero. As duas últimas se destacam pela necessidade de reforçar sistemas de proteção social.
Concordo com a afirmação do presidente do Instituto Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão: “para implementar uma agenda tão ampla e desafiadora, é necessário o envolvimento de governos, empresas e sociedade civil”.
Yula Merola é farmacêutica, professora universitária e gestora pública da Prefeitura de Poços de Caldas (MG). Pesquisadora de pós-doutorado pela Unifal, doutora pela Unicamp, especialização em Farmácia Clínica e Gestão Ambiental.