Redução das sacolas de plástico nos supermercados ou mudança de postura? Onde está o Poder Público que é responsável o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos na cidade?

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Redução das sacolas de plástico nos supermercados ou mudança de postura? Onde está o Poder Público que é responsável o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos na cidade?

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Redução das sacolas de plástico nos supermercados ou mudança de postura? Onde está o Poder Público que é responsável o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos na cidade?

Semana passada, os Supermercados de Poços de Caldas anunciaram uma campanha para incentivar o uso de sacolas reutilizáveis na cidade. Eu como uma defensora do meio ambiente não poderia deixar de apoiar e de falar sobre o assunto.

Temos conhecimento que as sacolas são um problema no mundo todo desde que passaram a ser usadas por lojas e supermercados, pois entopem bueiros ou vão parar em rios e oceanos e, muitas vezes são responsáveis pela morte de animais.

Mas a pergunta que fica. Esta ação é efetiva? E cadê o Poder Público? Constitucionalmente, o poder público local é responsável o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos no Brasil

Em Poços de Caldas, a Secretaria de Serviços Públicos recolhe cerca de 150 toneladas de lixo por dia para uma população de aproximadamente 168 mil e cerca de 1% é reciclado, e grande parte desse de lixo é embalado em sacolas plásticas vindas dos estabelecimentos comerciais. E neste momento atual do mundo, debatendo sobre os impactos ambientais e alterações climáticas, se torna fundamental a mobilização do Setor Privado na resolução dos problemas ambientais. Mas também é importante a Câmara e a Prefeitura apresentarem soluções para o avanço na gestão do resíduo na cidade. Mas infelizmente está distante de uma solução eficaz para o problema dos resíduos urbanos

Não podemos esquecer que não adianta somente reduzir ou cobrar pelas sacolas plásticas, temos que trabalhar na mudança de comportamento. E como fazemos isto? Simples, com educação ambiental e comunicação. Isto é uma pauta esquecida na nossa cidade. Pois em vez de ajudar o meio ambiente, o banimento pode piorar.

Mas voltamos ao assunto que começamos este artigo, redução das sacolas plásticas nos supermercados.  O que deixou claro que apenas os supermercados foram beneficiados pelo não fornecimento de sacolas plásticas aos consumidores. O benefício ao meio ambiente, se é que existiu, será mínimo.

Se eles querem mesmo ajudar a diminuir a sua pegada ecológica, então deveriam abolir o plástico de dentro dos estabelecimentos e ainda ter uma maior preocupação com a retirada do mercado dos resíduos que eles próprios produzem na sua cadeia produtiva, principalmente aqueles altamente poluentes.

Vamos dar alguns exemplos: Os supermercados poderiam contar com postos de coleta de pilhas, baterias e óleo de cozinha e realizar Campanha incentivando a coleta seletiva ou mesmo deixar à disposição dos consumidores dentro dos próprios supermercados postos de coleta seletiva e ainda serem parceiros das Cooperativas de catadores de materiais reciclados da cidade. E além disto o Poder Publico contrariando leis federais, estaduais e municipais realiza a coleta diárias dos resíduos dos supermercados. De acordo com a lei, grandes geradores são responsáveis pela sua própria coleta de lixo. E só para lembrar, pagamos no nosso IPTU, a taxa de coleta de lixo domiciliar e não comercial e industrial.

Percebe-se, pois, que a preocupação ambiental dos supermercados se restringe àquilo que reduz seus custos, o que demonstra que, em verdade, trata-se apenas de um pretexto.

Sou a favor de iniciativas de diminuição do impacto ambiental, quem me conhece sabe disto, mas inseridas em Politicas Publicas efetivas. A preocupação com o meio ambiente é importantíssima, mas deve partir do Poder Público em parceria com a iniciativa privada e não jogar esta responsabilidade no consumidor, pois não basta interferir nos padrões de consumo, a grande questão se refere à coleta seletiva e ao destino das sacolas plásticas, biodegradáveis ou não, quando elas finalmente forem para o lixo

Dra Yula de Lima Merola: Pesquisadora de Pós Doutorado da Unifal e Especialista em Gestão e Liderança Pública

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