Sem planejamento urbano, as histórias tristes causadas pelas chuvas irão sempre se repetir

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Sem planejamento urbano, as histórias tristes causadas pelas chuvas irão sempre se repetir

No dia 04/02/2020, tivemos uma chuva intensa em Poços de Caldas e região que deixou todos nós apreensivos devido às lembranças de 2016 e à lembrança mais recente em BH.

Sabemos que todos os anos, nesta época, ocorrem chuvas no Brasil por ser um país majoritariamente de clima tropical. Sabemos, também, que, nos últimos anos, devido às mudanças climáticas, houve um aumento na frequência e na intensidade das chuvas, trazendo custos econômicos, sociais e ambientais, como alagamentos, deslizamentos de terras e encostas, perdas de equipamentos, mobiliário, moradias e de vidas humanas.

A pergunta que fica é: por que não elaboramos um planejamento urbano sério? Se olharmos uma série histórica do orçamento público, os investimentos em planejamento urbano vêm diminuindo, e o que o governo gasta com despesas de capital não é suficiente nem para a manutenção da infraestrutura existente. Para efeito de comparação, o estudo MultiCidades aponta que, em 2018, os municípios brasileiros investiram o total de R$ 38 bilhões na temática, incluindo recursos de transferência e de operações de crédito.

Será que a falta de recursos públicos impende realizar um planejamento urbano?

Parafraseando o urbanista Myssior, “é preciso mudar o modelo de gestão”. Temos que repensar a nossa forma de fazer reformas ou inovações: como corredores ecológicos, parques e áreas verdes, jardins drenantes para facilitar a drenagem da água e também na parceria público privadas (PPPs) de sistema de drenagem, ainda inéditas no Brasil, entre outras. Existem vários projetos de inovação neste Brasil a fora, onde podemos verificar boas práticas que, adaptadas à realidade de cada município, podem ser replicadas.

Temos que repensar o nosso modo de gerir a cidade que queremos, uma gestão mais compartilhada.

Fica uma reflexão para todos nós: “A resiliência urbana às mudanças climáticas não deve ser um assunto que dure para sempre. Eternas deveriam ser apenas as artes, como as boas músicas da nossa cultura popular”. (Erick Elysio Reis Amorim )

Yula Merola – Farmacêutica-Bioquímica e Doutora em Ciências. Docente da Faculdade Pitágoras, Coordenadora da Assistência Farmacêutica de Poços de Caldas-MG e Empreendedora Cívica da RAPS, aluna RenovaBR. Pré candidata a Prefeitura de Poços de Caldas. 

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