Sem moradia e sem educação, não há saúde
Sem moradia e sem educação, não há saúde
A Constituição Federal de 1988 diz “é direito todos saúde, moradia e educação”, mas de acordo com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) ainda temos um alto déficit de moradia e sabemos que a moradia e a educação tem impacto direto sobre a saúde das populações.
Em tempos de pandemia onde o sistema de saúde esta colapsando estes determinantes sociais podem agravar ainda mais o sistema de saúde pois a COVID-19 é uma doença transmissível e está diretamente relacionada a taxa de contato social, ou seja, pessoas aglomeradas pela falta domicílios e suas precariedades é também um dos determinantes.
Com a crescente taxa de urbanização que vem ocorrendo, a cidade é o lócus produtor e reprodutor das desigualdades sociais e as iniquidades se distribuem mais visivelmente no espaço urbano e as chances de vida e chances de saúde também.
E aí que vem a importância do direito a moradia, uma questão crucial que a maioria da população está nas cidades, e como aqui em Poços de Caldas não é diferente, então é preciso enfatizar que problemas relacionados ao direito à moradia adequada é problema de saúde pública e está relacionada pela estrutura social e econômica.
Outro determinante social para saúde, e que é indispensável é o saneamento básico e destino adequado de lixo. Em Poços de Caldas temos coleta de esgoto e tratamento de água, mas ainda temos locais como o Jardim Kennedy que sofre há anos com enchente e inundações, e sem contar o nosso “lixão” que é uma discussão que vem de anos e até hoje nenhum gestor manifestou interesse em discutir, pois “não traz voto”. Ambas situações impactam diretamente na saúde humana.
Autoridades Públicas e Gestores tem responsabilidades sobre os impactos positivos ou negativos que as políticas públicas têm sobre a situação de saúde e as condições de vida da população.
Assim, a implantação, manutenção e continuidade de políticas públicas saudáveis envolve o compromisso político de situar a saúde no topo da agenda pública, pois senão cuidarmos do básico a saúde que irá tomar conta sendo que ela não está conseguindo suportar todas as demandas da população.
Se queremos melhorar a economia precisamos priorizar ações que satisfaçam as necessidades humanas no que diz respeito à saúde, educação, moradia, lazer, emprego e renda.
REFERÊNCIAS
BUSS, Paulo Marchiori. Promoção da saúde e qualidade de vida: Ciênc. saúde coletiva vol.5 no.1 Rio de Janeiro 2000.
CAMPOS, Gastão Wagner et all. Avaliação de política nacional de promoção da saúde: Artigo apresentado em 16/8/2004, Ciência e saúde coletiva, vol. 9 n° 3 pg. 745-49, agosto/setembro 2004.
MORAIS, Paulo Henrique de. Marcha Nacional da Reforma Urbana e pelo Direito à Cidade: Forum Brasileiro de Economia Solidaria, 06 de agosto de 2005.
Yula Merola – Farmacêutica-Bioquímica e Doutora em Ciências. Docente da Faculdade Pitágoras, Farmacêutica da Assistência Farmacêutica de Poços de Caldas-MG e Empreendedora Cívica da RAPS, aluna RenovaBR. Pré candidata do partido Cidadania.